quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Mortal nos contragolpes, Santos vence e elimina o Corinthians em Itaquera

A vantagem conseguida através do 2-0 no jogo de ida, somada a uma grande atuação na volta classificaram o Santos às quartas-de-final da Copa do Brasil.
Jogos diferentes, resultados finais semelhantes. Na ida, Peixe propondo e Corinthians reativo (leia mais aqui). Na volta, o oposto. Mas em ambos o time comandado por Dorival saiu vitorioso e foi superior. 4-1 no agregado.
Em Itaquera, com grande público (37.338 pagantes), o jogo teve o Timão com a bola, buscando propor e reverter o placar da ida. Santos reativo, investindo em contragolpes velozes.
Equipes que iniciaram a partida.
Equipes vieram em seus esquemas habituais. Corinthians no 4-1-4-1, com Cássio no gol; Edilson, Felipe, Gil e Uendel na primeira linha; Ralf entre linhas; Bruno Henrique e Renato Augusto interiores, Matheus Pereira e Malcom nas pontas; Vagner Love na referência.
O 4-1-4-1 do Corinthians, linha de defesa mais atrás.
 Santos no 4-2-3-1, com Vanderlei na meta; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca na primeira linha; Renato e Thiago Maia os volantes; Gabriel, Lucas Lima e Geuvânio na linha de meias; Ricardo Oliveira à frente.
Propostas eram claras. Corinthians buscando o ataque, criando através de passes curtos, e Santos com duas linhas bem compactas e velocidade para contra-atacar, além de muita pressão à saída corintiana (a chave do jogo). 
O 4-4-1-1 do Santos sem a posse.
Com Ralf, time perde muito em qualidade no passe. Com uma opção a menos para sair com qualidade e sendo pressionado em seu campo, difícil fazer jogo fluir. 
Em algumas oportunidades o Peixe teve 6 jogadores pressionando no campo de ataque. Muito complicado sair por baixo, com qualidade, nessa circunstância.
Momento em que 6 santistas pressionam no campo de ataque.
Além do problema na saída de jogo, Corinthians não conseguia se manter com a posse. Santos fechava linhas de passe com primazia. Jogador corintiano recebia a bola sem opções claras e errava o passe, possibilitando o contragolpe. 
Os dois gols santistas saíram de retomada de bola + velocidade. No primeiro, Malcom erra passe pela esquerda, Lucas Lima avança com a bola e projeta Geuvânio às costas de Edilson e Felipe. O "caveirinha" cruza na medida para Gabriel abrir o placar.
Parte final da jogada do 1° gol santista.
No 2º, Gil corta errado de cabeça, Thiago Maia lança Marquinhos Gabriel, que avança em velocidade e cruza para Ricardo Oliveira, atrás da zaga, marcar seu 24º gol na temporada e selar a classificação do Alvinegro praiano.
O 2° gol do Peixe, em outro contragolpe veloz.
Com 2-0 no placar e Santos classificado, Corinthians seguiu tentando. E conseguiu seu gol de honra com Ángel Romero, que aproveitou passe de Vagner Love.
Times que terminaram o confronto.
Classificação absolutamente incontestável do Santos. Soberania no confronto. Agora o Corinthians foca-se exclusivamente na busca pelo título Brasileiro, enquanto o Peixe terá duas frentes. Deve seguir no meio de tabela do nacional, mas é um dos favoritos na copa. Futebol vistoso e consistente desde a chegada de Dorival Jr.

domingo, 23 de agosto de 2015

Análise dos 20 times da Série A - 1º turno e projeção para a sequência

Apesar dos problemas já conhecidos (15 técnicos demitidos em 19 rodadas) e arbitragem horrível (para todos), ótimo primeiro turno. Emoção, equilíbrio, média de público crescendo e evolução tática nítida se compararmos às últimas edições. Sistema mais utilizado pelas equipes continua sendo o 4-2-3-1: 11 equipes o tem como base.
Em ordem decrescente, analisaremos brevemente os 20 times que proporcionaram 421 gols em 190 jogos (2,21/jogo) no primeiro turno.

Corinthians

Time essencialmente reativo. Marcação compacta e saída em velocidade pelos lados. Muita intensidade. Como mandante, adota pressão mais alta. Fora de casa, bloco mais baixo e linhas de passe adversárias bem fechadas. 4-1-4-1 é o esquema utilizado. Melhor defesa (14 gols sofridos) e 4º melhor ataque (27 gols pró). Candidato ao título.
Time-base do Corinthians, no 4-1-4-1.

Atlético-MG

Para muitos o time mais bonito de se ver jogar no campeonato. Futebol ofensivo, que proporciona o melhor ataque da competição (33 gols pró). 5ª melhor defesa ao lado de Fluminense e Palmeiras (18 gols sofridos cada). Utilizou o 4-1-4-1 por um tempo, mas 4-2-3-1 predominou. Saída lavolpiana com Rafael Carioca (jogador com mais passes certos no campeonato, 1038) e busca pelo ataque a todo momento. Mostrou dificuldade em infiltrar e marcar gols contra times com defesas compactas em alguns jogos. Candidato ao título.
Time-base do Galo, no 4-2-3-1.

Grêmio

Time mais moderno do Brasil. Intensidade absurda e jogo variado. Propõe ou reage com naturalidade. Utiliza saída lavolpiana (os dois volantes titulares podem fazer), transições rápidas e compactação a bloco médio/alto. Futebol coletivo e extremamente moderno desde a chegada de Roger Machado (olho nele!). 4-2-3-1 é o esquema. Candidato ao título.
A base do time mais moderno do país, no 4-2-3-1.

Fluminense

Não faliu após a saída da patrocinadora. Longe disso. O Tricolor manteve a base do time de 2014, mas já mudou o comando técnico duas vezes em 2015. Jogo baseado em transições velozes. Jogadores de qualidade técnica na frente, mas que não participam da fase defensiva. O "time de guerreiros" do início do campeonato não existe mais. Time perde intensidade e compactação e ganha qualidade técnica. Saldo negativo, a meu ver. Coletividade em primeiro lugar sempre. 4-2-3-1 é o esquema adotado por Enderson Moreira. Briga pelo G4.
Possível base do Flu, no 4-2-3-1.

Palmeiras

Novo time, novo estádio e nova realidade. Clube enfim demonstra uma reação para voltar a ser grande. 24 reforços, melhor média de público (34.275/jogo) e ótimo elenco. Outro time com Marcelo Oliveira até aqui. Reativo e muito intenso. Pressão alta à saída adversária e transições rápidas. 4-2-3-1 é o esquema utilizado. Perde muito sem Gabriel, que era o primeiro armador da equipe: o meio-campista moderno, que joga e marca. Desarma e faz jogo fluir com qualidade. Candidato ao título, mas pode dividir o foco com a Copa do Brasil.
Time-base do Palmeiras, no 4-2-3-1.

São Paulo

Extremamente ofensivo e moderno. Linhas altas e pressão a todo momento. Time que mais troca passes (e que melhor troca também). Rodízio de jogadores e pressão alta. Sofre com a dificuldade em controlar a posse de bola, o que gera contragolpes aos adversários. Perde jogadores a todo momento, o que atrapalha muito. 3-4-3 é o esquema predominante, mas 4-2-3-1 também pode ser utilizado com frequência. Briga pelo G4.
Hipotético time-base do São Paulo, no 3-4-3.

Sport

Surpresa do campeonato. Resultado da ótima gestão, que manteve o comando técnico e contratou jogadores de qualidade. Futebol limpo (equipe que menos comete faltas), coletivo e equilibrado. Compactação impressionante, propõe e contra-ataca bem, equipe é muito homogênea. 3º melhor ataque (31 gols pró) e equipe que menos perdeu no primeiro turno (2 derrotas, para líder e vice-líder) em 19 jogos. 7 vitórias, 10 empates e 2 derrotas até aqui. 4-2-3-1 é o esquema utilizado pelo ótimo e promissor Eduardo Baptista. Briga pelo G4.
Time-base do Sport. No 4-2-3-1.

Atlético-PR

Comandado por Milton Mendes, único técnico com curso da UEFA na Série A. Jogo essencialmente transicional. Time que recompõe rapidamente e contra-ataca com a mesma eficiência e rapidez. Viveu crise no início do ano e já trocou comando duas vezes (Claudinei Oliveira e Enderson Moreira passaram por lá em 2015.) 4-2-3-1 é o esquema. Meia central mais recuado, próximo aos volantes. Ajuda na hora de retomar posse e ligar contragolpe. Briga pelo G4.
Base do 4-2-3-1 do Furacão.

Chapecoense

Clube novo, pela segunda vez na Série A em sua história. Aparentemente gestão competente. Um dos 5 clubes da elite que não trocou comando técnico no ano. 4-1-4-1 com variação para o 4-2-3-1. Reativo e muito forte em casa. Velocidade pelos lados e linhas bem compactas. Poucos encaixes individuais, marcação predominantemente zonal. Deve seguir no meio da tabela.
Base do 4-1-4-1 da Chape.

Ponte Preta

Começou muito bem, e caiu, naturalmente. Trocou comando técnico e agora se reconstrói. Time de Doriva é semelhante ao de Guto: reativo, com linhas adiantadas e pressão forte. Saída limpa com Fernando Bob entre os zagueiros. Usa o 4-2-3-1. Deve seguir no meio da tabela.
4-2-3-1 da Macaca é baseado nesta equipe.

Internacional

Semifinalista da Libertadores e extremamente criticado após queda na competição. Trabalho de Aguirre era ótimo e foi interrompido. Argel, com estilo de jogo diferente, chegou. Reatividade, força física e muito uso das ligações diretas e cruzamentos, além dos encaixes de marcação. Rodízio acabou. Esquemas mais utilizados devem ser 4-3-1-2 e 4-2-3-1. Tem elenco para brigar por G4, mas realidade deve ser o meio de tabela.
Uma possível base do Inter de Argel, no 4-3-1-2.

Santos

Propositivo, mas mortal no contra-ataque: o Santos é outro desde a chegada de Dorival Jr! Mais agressivo, organizado e moderno. Jogo dinâmico e que muito passa pelo ótimo Lucas Lima, que organiza, marca, passa com qualidade e chega à frente para concluir e/ou dar o passe final. Vem jogando com 6 jogadores das categorias de base do clube entre os titulares. 4-2-3-1 é o esquema tático. Pode surpreender e brigar pelo G4.
Base do 4-2-3-1 do Peixe de Dorival Jr.

Flamengo

Outro que já está em seu 3º técnico no ano. A gestão tão elogiada pela modernidade no que diz respeito ao lado financeiro, ao abatimento das dívidas, pelo visto não entende muito de futebol. Trabalho do treinador não funciona sem tempo. Difícil projetar algo, visto que Oswaldo de Oliveira recém chegou. Seus times costumam construir jogo atrás e utilizar de conceitos modernos, como saída lavolpiana e aproximação das linhas sem bola. 2ª pior defesa da competição ao lado do Avaí (28 gols sofridos). Sofre com a bola aérea ofensiva e precisa melhorar desempenho como mandante. Time de Cristóvão não obtinha resultados e atuações satisfatórias no Maracanã, graças à pouca movimentação e poder de infiltração. Pontos para Oswaldo observar. Deve seguir no meio da tabela.
Possível base do 4-2-3-1 com Oswaldo.

Cruzeiro

Atual bicampeão brasileiro, demitiu Marcelo Oliveira após queda na Libertadores e trouxe Luxemburgo, treinador que não faz grande trabalho há um bom tempo. Método de trabalho obsoleto e desempenho fraco na criação. Defesa sólida e proteção bem feita. 4-3-3/4-1-4-1 é o esquema-base. Luta contra o rebaixamento, a princípio.
Time-base do Cruzeiro, no 4-3-3.

Figueirense

Dava sequência no trabalho de Argel até o mesmo receber convite do Internacional e deixar o clube (era o 3º técnico mais longevo da Série A, atrás de E. Baptista e Levir Culpi). Utilizava de transições rápidas e ligações diretas com Argel. Agora, com René Simões, estilo deve ser semelhante. Compactação e velocidade para sair pelos lados, especialmente com Clayton. Time que mais acerta desarmes no campeonato, que menos acerta passes e que menos finaliza. 4-3-1-2 deve ser mantido. Luta contra o rebaixamento.
Base do 4-3-1-2 que René pode usar.

Goiás

Compacto sem a posse, muitos encaixes individuais. Contra-ataca em velocidade (especialmente com Erik) e marca em duas linhas. Felipe Menezes joga solto, livre para articular jogadas. Dita o ritmo do time. 4-3-1-2, com variações para o 4-2-3-1. Luta contra o rebaixamento.
Time-base do Goiás. No 4-3-1-2/4-2-3-1.

Avaí

Mantém o comando técnico e trabalha. A realidade do elenco é essa. Trabalho de Gilson Kleina é bom, buscando fazer o time marcar compacto e com superioridade numérica no lado da bola. Sai em velocidade, usando muito Nino Paraíba pela direita. Marquinhos, mais experiente do grupo, pouco joga. Faz falta, tem qualidade e representatividade. Esquema predominante é o 4-3-1-2. Luta contra o rebaixamento.
Time-base do Avaí. No 4-3-1-2.

Coritiba

Depois de dois anos sendo salvo por Alex, desta vez a tarefa é ainda mais difícil para o Coxa. Com Ney Franco, esquema é mantido em praticamente todos os jogos: 4-2-3-1. Jogando no Couto Pereira, propõe o jogo. Fora de casa, é reativo. São apenas 5 pontos em 30 disputados longe do Alto da Glória. 2º pior ataque da competição ao lado do Joinville, com apenas 13 gols marcados. Precisa de aproveitamento superior a 40% no segundo turno. Luta contra o rebaixamento.
Time-base do Coxa, no 4-2-3-1.

 

Joinville

Outro time desde a chegada de PC Gusmão, 3º técnico da equipe no ano. Mais organizado e coletivo. Reativo e marcação a bloco médio/baixo. Velocidade pelos flancos. Apenas 13 gols marcados. Precisa de aproveitamento de aproximadamente 45% no 2º turno para permanecer na elite. 4-1-4-1 é o esquema. Luta contra o rebaixamento.
Base do JEC para a sequência na luta contra o Z4. No 4-1-4-1.

Vasco

Refém das últimas gestões, o Vasco vive realidade dura. Dificilmente escapará de seu 3º rebaixamento. Precisa de aproveitamento de aproximadamente 50%. Já está em seu 3º treinador do ano. O respeito passa longe de São Januário... Time mal organizado, jogadores de idade avançada sem intensidade para 90 minutos e outros de qualidade duvidosa. Reativo e extremamente dependente dos brilhos individuais, especialmente de Nenê. Pior ataque (8 gols pró), pior defesa (34 gols sofridos) e time que mais leva cartões na competição. 4-2-3-1 é o esquema tático. Luta arduamente contra o rebaixamento.
Base do 4-2-3-1 de Jorginho para conduzir o Vasco na luta contra o 3° rebaixamento.

Emocionante, bom técnica e taticamente e com estádios mais cheios que nos últimos anos. Este é o Brasileirão 2015 até então. Criticamos, mas assistimos. Reclamamos dos altos preços em muitos estádios, mas comparecemos. Treinadores com ideias modernas vão tendo cada vez mais espaço, o que é excelente. O nível só aumenta. Que siga assim e que o 2º turno seja ainda melhor!

Estatísticas de Footstats*

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Santos é superior, vence e abre boa vantagem na Vila Belmiro


Santos, em reabilitação desde a chegada de Dorival Jr, recebia o líder da Série A, Corinthians, na Vila Belmiro, pela Copa do Brasil. Expectativa de jogo equilibrado, pela qualidade de ambas as equipes e histórico equilibrado do confronto.
Porém este equilíbrio foi apenas teórico. No campo se viu um Corinthians tímido, fechado e dominado pelo rival. Santos intenso e capaz de trabalhar facilmente entre as linhas de marcação corintianas. 
Equipes foram a campo em seus esquemas habituais. Santos no 4-2-3-1 (4-4-1-1 sem posse), com Vanderlei no gol; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca na primeira linha; Thiago Maia e Renato volantes; Gabriel e Geuvânio nas pontas, Lucas Lima por dentro, livre para flutuar entre-linhas; Ricardo Oliveira na referência. Corinthians no 4-1-4-1, com Cássio no gol; Fágner, Felipe, Gil e Uendel na primeira linha; Bruno Henrique entre as linhas; Renato Augusto e Elias nas meias, Malcom e Jadson nas pontas; Luciano (Love) como "nove móvel".
4-4-1-1 do Santos ao negar espaços.
Panorama do primeiro tempo.

Ataque posicional do Santos, com L. Lima armando de trás e 4-1-4-1 do Corinthians bem claro.

Mandantes propondo jogo, com intensidade em todas as ações e pressão alta. Jogo muito forte pelos flancos, laterais adversários quase que exclusivamente marcando na primeira etapa.
Time de Tite seguiu sua característica rotineira como visitante: compactada em bloco baixo e com pouca pressão. Abdicou de atacar nos 45' iniciais e foi dominado, mesmo conseguindo fechar bem linhas de passe e tendo as linhas próximas. Os pontas, tão criticados ontem (especialmente Malcom), foram mal graças ao jogo do Santos que exigia que eles auxiliassem na marcação a todo momento. Quando time tinha a bola, dificilmente eles davam continuidade às jogadas.
Lucas Lima foi o que se espera dele, em uma de suas melhores atuações com a camisa santista. Abrindo espaços e criando jogadas de trás, fez o jogo fluir e ficar vertical. Trabalhou livremente entre as linhas do Corinthians e ditou o ritmo. Passe muito qualificado.
Lucas Lima no jogo de ontem. Via Footstats.
Em uma das vezes que Gabriel e Geuvânio trocaram de posições, gol. Quatro defensores perto de Geuvânio, que estava com a bola pela direita e Lucas Lima livre mais ao centro. Recebeu livre e cruzou na medida para Gabriel, às costas da defesa, para abrir o placar.




Jogada do 1° gol santista.


Corinthians, atrás no placar, buscou ficar mais com a bola e equilibrar o jogo. Santos passou a jogar reativamente, fechando linhas de passes e chegando através de transições rápidas. 
Novamente ele, Lucas Lima, decidindo. Marquinhos Gabriel tocou para Lucas e se projetou, às costas de Uendel. O mais novo convocado devolveu na medida para Marquinhos ampliar. 

O 2° gol do Peixe. Outra assistência de Lucas Lima.

Com dois gols de vantagem no placar, Santos seguiu reativo. Bem compacto, esperando contra-ataques para quem sabe chegar ao terceiro gol. Corinthians seguiu tentando, trabalhando a bola, mas foi presa fácil (finalizou corretamente apenas 4 vezes na partida).


Vitória justíssima do Santos e custo alto para o Corinthians. Além da derrota, perdeu Luciano, que rompeu ligamentos do joelho direito na primeira etapa. Volta à tona um grande problema do elenco corintiano: a referência. Vagner Love ainda não se mostra confiável. Baixo desempenho e apenas 5 gols em mais de 30 jogos pelo clube.
Vantagem santista é boa, mas decisão é na Arena Corinthians, onde o Timão tem 17 vitórias em 23 jogos no ano. 
Destas 17 vitórias do Corinthians na Arena em 2015, 5 reverteriam o placar da ida. 4 levariam a decisão para os pênaltis. Timão precisa de três gols de diferença para se classificar de maneira direta. 2-0 leva decisão para os pênaltis. Derrotas por 1-0, 2-1 e qualquer empate classificam o Santos, que, portanto, é favorito e deve jogar no erro do Corinthians em São Paulo.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

No duelo de filosofias opostas, deu empate.

Mais um grande jogo do São Paulo de Osorio. Time evolui em todas as fases do jogo a cada partida. Mas resultados ainda não são os desejados (e talvez até merecidos).
Novamente a escolha pelo sistema 3-4-3, erroneamente chamado de 3-5-2 por muitos devido ao fato de Ganso ser o "camisa 10" do time. Sim, ele é o armador da equipe. Mas joga vindo da ponta para o centro, posição e função são coisas diferentes, portanto 3-4-3. Marcação pressão alta e valorização da posse de bola, como habitual. Alas Bruno e Carlinhos (posteriormente Auro e Michel Bastos) jogando no campo de ataque para dificultar a saída com triangulações pelos lados, muito utilizada pelo time de Tite.
O 3-4-3 Tricolor.

Corinthians veio no habitual 4-1-4-1, que variava para o 4-2-3-1 com Renato Augusto um pouco mais ao centro. Bloco baixo, pouca posse de bola e jogo baseado em velocidade nas transições. 
4-1-4-1 Alvinegro ao negar espaços.

Primeiro tempo parelho, tendo em vista as propostas das duas equipes. São Paulo com mais de 60% de posse e boas chances criadas. Corinthians bem compacto e saindo em velocidade, inclusive tendo chances de aumentar a vantagem a seu favor no placar. 1-0 para o Alvinegro na etapa inicial, com gol de Luciano, após falha de cobertura do São Paulo pela direita em boa jogada de Uendel.
Panorama do primeiro tempo.

Amplo domínio tricolor na etapa final. Controle da posse, linhas muito adiantadas e pressão absurda. Espaços cedidos pelo rival foram convertidos em finalizações e chances reais em muitas oportunidades. Empate veio logo cedo.
São Paulo se defendeu com apenas 7 jogadores em boa parte da partida.

Momento em que o São Paulo pressiona com 8 jogadores no campo de ataque.

Timão muito recuado, muitas vezes com os 10 atrás da linha da bola. Foram raras as chegadas à frente na etapa decisiva. Elias, Renato Augusto e Malcom não estiveram em grande dia. Empate já era visto com bons olhos por Tite, especialmente após a expulsão de Felipe. 
Osorio buscou explorar os flancos, passando Michel Bastos para a ala e colocando Auro na vaga de Bruno. Entretanto, Tite reforçou a marcação, colocando Rildo e Danilo nas pontas. Jogo seguiu da mesma maneira. São Paulo pressionando e Corinthians fechado, negando espaços com muita intensidade e inteligência.
Times que terminaram o Majestoso. 3-4-3 x 4-4-1.

Nos acréscimos, pênalti não marcado para o São Paulo e confirmação da igualdade no placar. Gosto amargo para os mandantes, que entrariam no G-4 com os 3 pontos. Bom resultado para o Corinthians, que segue na 2ª colocação, a 2 pontos do líder Atlético-MG.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Trabalho a longo prazo e coletividade: Futebol evoluiu e o Sport percebeu

Uma derrota em 16 jogos na Série A 2015. Este é o Sport de Eduardo Baptista, treinador mais longevo do Brasil na divisão principal. 
Não é coincidência a grande campanha. Eduardo assumiu em 30 de janeiro de 2014, passou por duas "crises" e segue firme e forte no comando do rubro-negro, atual 4º colocado da elite nacional.  Mesmo com orçamento reduzido, a direção leonina trabalhou e formou um elenco qualificado. Além disso, deu tempo de trabalho ao ótimo treinador que tem. Hoje o Sport colhe o que plantou.
Time que menos comete faltas na Série A (182), único que ainda não teve jogadores expulsos e segundo que menos leva amarelos (29, contra 28 do Atlético-MG). Média de aproximadamente 11 faltas cometidas e 2 cartões amarelos por jogo, reflexo de um sistema defensivo organizado que não precisa parar o adversário faltosamente com frequência.
Esquema utilizado é o 4-2-3-1. Jogo extremamente coletivo. 

Time base.


Sem a bola, pressão alta à saída de bola adversária, duas linhas de 4 bem compactas e busca pela superioridade numérica pelos lados. Nada de encaixes individuais. Marcação zonal, isto é, que foca no espaço e não no jogador adversário.

Marcação pressão.


4-4-1-1 do Sport contra o São Paulo.


As duas linhas de 4 contra o Grêmio.


Superioridade numérica: 5 x 2 e rival preso, tendo que retornar pra manter a posse.


Com a bola, muita movimentação e intensidade na busca pelos espaços. O talento, especialmente de Diego Souza, decide jogos e chama atenção, mas muito se deve ao coletivo forte da equipe.
"Saída de três". Rithely se coloca entre os zagueiros, que abrem e liberam a subida os laterais. Saída no chão, com passes curtos e qualificados e muita rapidez na transição, o que facilita muito a criação de jogadas na frente.

Rithely fazendo a saída de bola entre os zagueiros.


Conceitos modernos, tempo de trabalho e ótima execução do plano de jogo por parte dos jogadores, que parecem assimilar bem o que passa Eduardo Baptista e toda a comissão. Parabéns à diretoria do clube por presar pela organização, dentro e fora dos campos. G4 não é utopia para o Sport em 2015.