quinta-feira, 30 de julho de 2015

Análise tática: Atlético Mineiro 3-1 São Paulo

 Promessa de grande jogo. Galo precisando vencer para seguir na ponta e recebendo o 5º colocado São Paulo, que vinha de vitória e visava adentrar o grupo dos 4 primeiros.
 O Tricolor do colombiano Juan Carlos Osorio veio a campo no 3-4-3, buscando ter superioridade numérica em relação aos homens de frente do Atlético, que utilizou o 4-2-3-1 (4-4-1-1 na fase defensiva). 
Panorama do primeiro tempo.

 Rafael Tolói, Rodrigo Caio e Lucão: os três zagueiros do São Paulo. Thiago Mendes e Reinaldo os alas. Michel Bastos e Hudson por dentro, funcionando como volantes, Ganso e Pato nas pontas (o primeiro centralizando para armar o jogo e o segundo mais agudo), mais Luis Fabiano na referência. Marcação pressão à saída atleticana e troca de passes curtos para ligar ataques. Alternou proposição e reatividade no início de jogo. Estratégia ousada e muito inteligente de Osorio, que inibiria o poder ofensivo do Atlético, evitando que a bola chegasse à frente constantemente e que os comandados de Levir controlassem o jogo. Início muito promissor do São Paulo, tendo mais posse de bola e chegando sempre com muito perigo.
 A pressão alta são-paulina, evidentemente, exigia muitos jogadores no campo de ataque, e o Atlético sabiamente utilizava ligações diretas para chegar à frente. No lance do primeiro gol, Rodrigo Caio foge de sua função e vai à intermediária buscar um desarme. Deixa espaço no "miolo" da zaga. Atlético retoma a bola e Marcos Rocha observa Lucas Pratto livre para infiltrar entre Tolói e Lucão. Faz o cruzamento e o argentino coloca pra dentro, no rebote de Ceni.
Jogada do primeiro gol da partida.

 Atrás no placar, o São Paulo teve mais de 80% de posse de bola entre os minutos 20 e 25. Pressão em busca do gol de empate e espaço para o Atlético contra-atacar. Em um desses contragolpes, Giovanni Augusto recebeu livre (no lugar onde Tolói deveria estar), avançou e fez cruzamento na medida para Pratto antecipar Lucão e guardar. 2-0.


 Tendo levado 2 gols em cerca de 5 minutos, o São Paulo se desestabilizou. Perdeu o controle da posse de bola e passou a ser dominado pelo intenso e individualmente qualificado time do Galo. 
 Já perto do fim da primeira etapa, após falha grotesca de Hudson na saída de bola, Giovanni lançou Pratto, que, em impedimento, fez o 3º. Intervalo e 3-0 no placar. Jogadores do São Paulo claramente abatidos e já entregues - inclusive deixando isso claro nas entrevistas.
 Na volta, o São Paulo buscou trabalhar a bola, enquanto o Atlético segurava o resultado, defendendo-se com duas linhas bem compactas e poucas vezes saindo em velocidade ao retomar a bola.
 Precisando de mudanças, Osorio lançou Centurión na vaga de Hudson, passando Rodrigo Caio para o meio-campo e reposicionando o time no 4-2-3-1. Rodrigo e Michel volantes, Centurión e Pato nas pontas, Ganso por dentro e Luis Fabiano à frente.
 Paulo Henrique Ganso, em noite inspirada e de boa movimentação, cruzou na medida para o até então apático Pato diminuir o marcador, 3-1.
Marcos Rocha deixa Pato livre, Ganso observa
 e o aciona, para diminuir o placar.

 Com mais 30 minutos de jogo, esperava-se pressão total do São Paulo. No entanto, time era pouco incisivo e exagerava na quantidade de passes horizontais trocados. Faltou ambição, verticalidade. Atlético, com linhas adiantadas, deixava o ataque tricolor em impedimento várias vezes (6 no total, contra apenas 2 do Atlético).
 Para novamente tentar mudar o panorama da partida, o treinador colombiano inverteu o posicionamento de Lucão e Rodrigo Caio, colocou Boschilia na vaga de Luis Fabiano para aumentar a movimentação na frente, mas nada dava certo. A derrota era certa.

Equipes que terminaram a partida.

 Um grande jogo de futebol. 47.606 pagantes no Mineirão, apenas 12 faltas (6 x 6) e mais de 1.000 passes trocados, entre certos e errados (78 no total). Erros individuais do São Paulo e precisão espetacular de Lucas Pratto decidiram.

Gabriel Guedes.


*Estatisticas de Footstats.